Death Note e o controle dos pais.

Recentemente, no dia 17 de outubro no canal da Record TV utilizou seu programa o Domingo Espetacular para vincular um alerta importante sobre a série animada Death Note.

A a crítica baseava-se que a animação era extremamente violenta e que poderia corromper os jovens que porventura assistiriam. Isso levantou um alerta, sobre como os pais deveriam possuir um controle educacional maior sobre seus filhos.

Acho importante salientar que nossa sociedade atual vive um momento de imediatismo e, ele está presente em todos os campos e coisas.

Antigamente, antes do advento facilitador dos canais via cabo e posteriormente dos canais via streaming, nos deparávamos com a seguinte condição: o seriado preferido daquela criança, passava no canal “tal”, na hora “tal” e no dia da semana “tal”. Caso porventura o filho perdesse aquela reprodução, eram pouquíssimos os recursos que tínhamos para reprodução do material já apresentado na TV. Portanto, quando a criança deixava de ver o seu programa preferido, ela automaticamente se conscientizava que não tinha outra maneira de assistir a não ser esperar um reprise em algum momento da vida dela.

Essa problemática, apesar de simples e banal fazia com que os filhos entendessem que: por mais que quisessem não havia maneiras possíveis que o seus pais pudessem fazer para que o filho assistisse seu desenho preferido na TV. Sendo assim, existia um conformismo quase que imposto para ambos os indivíduos (pais e filhos entendiam que não havia nada do que fazer).

Entretanto, hoje temos uma situação bem diferente das situações passadas. A disponibilidade das coisas está ao controle de um clique.

Um clique de celular ou até mesmo da smart TV faz com que possamos ver qualquer coisa que quisermos assistir. Está tudo ali na nossa frente: de forma rápida, fácil e acessível para todos.

É importante entendermos esse imediatismo da nossa sociedade atual para compreendermos, um ponto fundamental no controle parental sobre seus filhos. E, isso vale para tudo: seja na alimentação ou no simples clique de TV.

Dessa forma, obtermos o controle sobre nossos filhos ficou muito mais difícil, trabalhoso e oneroso para os pais.

Então, assim Zygmunt Bauman escreve em seu livro Modernidade Líquida, o NÃO ganha dimensões PLÁSTICAS;

O NÃO dos pais para os filhos sobre algo que eles não desejam que seus filhos experienciem ganha outras dimensões e diferentes problemáticas. E, nessa hora que surge o embate entre os Pais (detentores do poder) e dos filhos (que brigam pelo poder). Resta saber, quem vai ganhar essa disputa de poderes?

A problemática dessa história que muita das vezes, não existe certo ou errado. Mas sim um aparato de possibilidades, que devemos acima de tudo fazer uma exímia interpretação sobre tudo que está acontecendo no momento.

Eu como nutricionista, jamais proíbo o consumo de qualquer alimento (salvaguardo alguma doença pregressa em meus pacientes), porém não queremos que eles consumam algo em um determinado momento, devemos colocar essa proibição em contexto maior como por exemplo: “são 9 horas da noite, todos já jantaram e seu filho deseja comer um pote de bala antes de dormir”.

O excesso de açúcar além de fazer mal aos dentes a criança ganhará uma carga glicêmica muito alta e um dos seus principais efeitos, será uma criança bem agitada e os pais ensandecidos querendo fazer com que seu filho durma para amanhã ter que acordar cedo para ir a escola. Então, na minha opinião o mais indicativo é um NÃO bem singelo e caso queiram, deem pela manhã onde a criança estará revigorada e pode ficar com bastante energia para aguentar todo o dia inteiro.

A grande complicação, que o NÃO vem (geralmente e quase sempre), seguindo de uma constância de reclamações dos filhos sobre a proibição do mesmo. Isso acontece, pois eles sabem que o artigo proibido está ali, acessível à dois passos (seja do doce na geladeira ou do clique da televisão), e cabe aos pais entenderem e terem consciência de que naquele momento a melhor maneira é a proibição.

E onde entra o DEATH NOTE nessa história toda?

Bem, primeiramente que a animação possui uma classificação indicativa de idade de 18 anos. Ou seja, por mais que queiramos deixá-los assistirem a animação ela não é aconselhada para menores.

E, cai nos meus argumentos que falei acima. Devemos ter um controle parental melhor sobre nossos filhos então, mesmo que a reclamação da Record TV seja válida (o que não é!) e para isso, deixo uma excelente matéria feita pelo pessoal da Omelete, e a “demonização” dos animes pela televisão brasileira.

Nesse post infelizmente, não cabe aqui em minha crítica a estratificar todos os conceitos que Death Note nos trás (que são muitos).

Porém um ponto muito importante que a série nos fala, é sobre como nós seres humanos nos comportamos quando temos o poder absoluto em nossas mãos. Além disso ele também fala muito sobre nosso imediatismo de nossa sociedade atual.

“Ihhhh meu filho assistiu sem eu saber, o que eu faço?” Acredito que, o melhor a se fazer nesse caso é sentar no sofá (caso você não tenha assistido a série) e re ver com seu filho e discutir todas as premissas que o desenho tenta nos mostrar. Vale a pena, assistir capítulo por capítulo e fazer uma discussão sobre o tema expondo os pontos positivos e os negativos da série. Desse modos, todos irão ganhar.

Saber controlar o que devemos oferecer para nossos filhos, não é uma tarefa fácil. Não tem receita de bolo, as vezes o que funciona para um, não funciona para outro. Muita das vezes requer muito esforço (principalmente nos tempos atuais), disciplina e compreendimento dos pais. Requer se estressar, pois educar é uma tarefa constante que devemos todos os dias desempenhar. Ela demanda tempo e muito esforço dos pais.

Se um filho, deseja comer a sobremesa antes do prato principal. O NÃO dos pais sempre será seguido de muita contestação e reclamação. Mais saibamos que ele é muito importante para a construção do caráter da criança.

O NÃO é sempre muito difícil e caso esteja com dificuldades em lidar com o assunto estaremos felizes em ajudar.

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