Saudável, um dilema imposto!
Uma busca incansável pelo saudável
Outro dia, vi uma futura colega de profissão (novamente), falando das maravilhas em como tornar a sua aveia ainda mais saudável. Tal afirmação me deixou reflexivo sobre muitas coisas. Principalmente pelo fato da quase imposição em querer transformar um alimento que já é saudável por si só em ainda mais saudável.
Nós nutricionistas temos por definição trabalhar com aspectos saudáveis para a vida de nossos pacientes. Nossa ferramenta é o alimento. Nele tentamos inserir uma alimentação que seja minimamente saudável para todos em que nos relacionamos.
Essa reflexão, rendeu um vídeo que vocês podem conferir abaixo.
Não existe alimentação perfeita
Por conta disso, temos a tendencia de tentar transformar os alimentos em algo que minimamente achamos coerente ou correto. Mas, será mesmo que estamos no caminho certo?
Primeiro, devemos ter em mente que na alimentação não existe “bala de prata”. Ou seja, não existe alimento perfeito. Vou até mais além, não existe alimentação perfeita.
Para entendermos isso deveremos ter a consciência que a alimentação é um conjunto de fatores que vai muito além do gostar. Ela é fruto de uma série desordenada de condições que, se agrupadas, irão fazer nossa predileção alimentar.
O poder da indústria alimentar e a globalização
Somado isso tudo, ainda temos uma indústria que produz alimentos lindos, perfeitos e maravilhosos. Alimentos os quais, você jamais irá conseguir reproduzir em sua casa de maneira natural”. A cor da geleia de morango só é assim, porque introduziu-se décadas de conhecimento de marketing em cima dela. Onde descobriu-se a combinação perfeita de corantes que o morango na sua cor natural jamais teria.
Além disso, a globalização não nos ajuda muito. Hoje, podemos comer alimentos de qualquer parte do mundo. Isso tudo muitas vezes há 15 minutos de nossas casas em um grande supermercado de sua preferência.
Portanto, a chia que muitos reverenciam como um alimento maravilhoso para obtenção de fibras. Jamais teria apelo se não fosse pela dádiva da importação. Um alimento que para ser produzido, precisa de condições extremamente específicas que somente são encontradas no México, Guatemala e Colômbia.
A regionalidade na alimentação
O salmão é literalmente uma praga que polui centenas de quilômetros de mares ao entorno das costas ao redor do mundo. Tudo em nome do saudável.
Portanto, comer só alimentos ditos como saudáveis não lhe confere uma bandeira de dieta saudável.
Sendo assim, o pensar saudável vai muito mais além de simples escolhas de alimentos mais benéficos dos mais nocivos para a saúde.
Ter uma dieta saudável ela vai muito além disso. Devemos ter antes de tudo uma consciência alimentar sobre tudo que comemos. Primar pela regionalidade dos alimentos é acima de tudo, essencial. Devemos ter a compreensão que certos tipos de alimentos, jamais deveriam ser consumidos por uma parcela da sociedade (até mesmo parte do planeta).
Além da origem de cada alimento, é importante termos uma noção, nem que seja parcial sobre as técnicas de produção empregadas para produzir o alimento que comemos.
Cito então, o exemplo da manteiga x margarina que já falei em inúmeros vídeos meu. Para colocarmos a manteiga sob um patamar de melhor escolha (notem, que eu sequer quero tocar no nome saudável) devemos entender todo o processo de produção de ambos os produtos.
Os perigos da Obsessão por Alimentos “Saudáveis”
Essa obsessão em colocarmos tudo em nome do saudável só leva à ORTOREXIA. Ou seja, a busca incessante e constante por consumir apenas alimentos que sejam extremante saudáveis, ou melhor, ALIMENTOS DITOS COMO SAUDÁVEIS.
Sendo assim, ou pegarmos uma preparação e transformamos ela em algo notoriamente saudável, podemos criar homúnculos que outrora não existiam.
Eu tenho uma receita de pizza de quinoa que fica uma delícia e eu acho ela maravilhosa. Porém ela existe em um determinado contexto. Então, é muito importante entendermos que não podemos pegar essa preparação e colocarmos como verdade absoluta e perpassando por outras receitas tradicionais somente porque estas “são saudáveis”.
No caso de deixar a aveia mais saudável, ela que outrora era saudável. Agora, ganhou mais um degrau em cima da “saudabilidade”. Ou seja, aquela minha aveia que eu uso em todas as manhãs no meu café da manhã perdeu seu status de saudável. Pois agora, temos um método que deixa a aveia ainda mais saudável que antes. E isso, não tem fim. Pois depois disso podemos descobrir outra técnica ou outro produto que faça ela ficar ainda mais saudável do que já era mais saudável. Levando a uma alienação sem fim.
A alienação irá ocorrer, quando o foco extremo na busca pela saúde através da alimentação levando a uma desconexão do prazer, do equilíbrio e da saúde mental em geral. Ao invés de promovermos um estilo de vida saudável, essa obsessão prejudicará tanto o bem-estar físico quanto o emocional.
Equilíbrio na Dieta
Por isso, é importante encontrar um equilíbrio saudável entre escolhas alimentares conscientes e a capacidade de desfrutar da vida de maneira plena.
Sem que percebamos, essa incessante busca por alimentos por fazermos preparações CADA VEZ MAIS saudável, se torna uma obsessão prejudicial.
Precisamos entender que uma alimentação saudável não é maximizar a eficácia da plenitude de um alimento já saudável. Mas sim um conjunto de fatores que pincelei acima.
Como nutricionistas devemos ajudar as pessoas a compreenderem que uma dieta saudável não é sobre comer perfeito. Mas sim encontrar um equilíbrio entre elas. Se comer uma pizza no final de semana lhe deixa feliz, não vai ser esta pizza que lhe engordará ou lhe fará mal. Mas sim o conjunto de fatores associados à uma alimentação desregrada durante um determinado período de tempo.
Ninguém fica magro porque comeu um alface e também, ninguém fica gordo porque comeu uma pizza. A soma dos fatores, que é muito mais importante do que o alimento visto de forma independente.
Por escolhas mais Conscientes
Uma pessoa com consciência alimentar olhará o alimento e saberá que este pode lhe afetar negativamente na hora de comer. Ao fazermos isso, iremos olhar o alimento com maior critério e a partir disso, ganharemos consciência que devemos ter parcimônia na hora de comer.
Por fim, precisamos ensinar as pessoas a fazerem e compreenderem escolhas mais saudáveis e não simplesmente SAUDABILIZAR os alimentos.
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